O REPROGRAMANDO tem o objetivo de debater os problemas gerados pela programação cerebral negativa na vida das pessoas, trazendo soluções e caminhos que podem ser seguidos por pessoas comprometidas com a metodologia através de técnicas de Reprogramação Cerebral ensinadas pela Psicóloga e apaixonada pelo estudo da Neurociência, Sylvia Pabst.
30/05/2020
Você tem alguma memória de presenciar algum desentendimento ou briga entre seus pais? São memórias boas ou ruins? Vamos falar sobre isso?
Quando um casal resolve viver junto e formar uma família e ter filhos, precisam ter claro que desentendimentos podem ocorrer, isso é normal, porque não concordaremos sempre com tudo. As opiniões, as atitudes e os pensamentos diferentes são saudáveis para toda a família e não apenas só para o relacionamento, uma vez que é através dessas diferenças que nos esforçaremos para nos colocar no lugar do outro e, assim, crescermos como pessoas e como família. Às vezes quando a necessidade de ser ouvido, compreendido e respeitado em sua opinião, não é respeitada, pode levar a atritos. O que não deve, ou não deveria, acontecer é o casal perder o respeito um pelo outro, seja em palavras, seja em gestos, seja mesmo na dificuldade de compreensão das necessidades do outro. E, pior ainda, quando isso acontece na frente dos filhos.
Quando ocorrem as brigas e os desentendimentos de forma nociva na presença dos filhos, o casal está demonstrando além do desrespeito entre si, também o desrespeito em relação a seus filhos. Muitos casais às vezes, ficam tão “cegos”, que não avaliam e nem percebem nada disso. É importante refletir que os pais são e serão sempre um exemplo para os filhos e, eles estarão os observando o tempo todo. Se crescem em um ambiente de desarmonia, ou poderão crescer traumatizados e não querer se envolver com ninguém pelo medo, ou se envolverão em relacionamentos similares ao que presenciaram em suas vidas, uma vez que foi o padrão aprendido. Isso, logicamente, se simplesmente repetirem o padrão. Ainda há os mais saudáveis, se assim podemos dizer porém, não menos traumatizados, os que buscam refletir em relação a tudo que aconteceu e buscar fazer diferente, uma vez que entendeu que era extremamente ruim presenciar as brigas de seus pais.
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A harmonia no lar é um ingrediente fundamental para um bom desenvolvimento da criança em todos os sentidos; físico, mental, emocional, comportamental e social. A neuropsicologia nos comprova que a criança que vivencia estresse constante em função da briga dos pais, pode desenvolver estresse crônico, ansiedade, depressão, dependência de substâncias na adolescência ou mesmo prejudicar o bom desenvolvimento cognitivo dela, porque pode afetar não só o amadurecimento das estruturas do cérebro como podem apresentar vários problemas relacionados à dificuldades de aprendizagem.
Quando a criança presencia com frequência as brigas e os desentendimentos dos pais, aquele ambiente e aquela família que deveria passar segurança e proteção para ela, começa a gerar insegurança e medo, podendo, inclusive ser desencadeador de ansiedade, agressividade, insônia, xixi na cama – dependendo da idade da criança e somatizações como tosse, dor de garganta, vômitos, dor na barriga e dor de cabeça. Além de sentimento de culpa, porque a criança geralmente entende que os pais estão brigando por causa dela, uma vez que seu nome acaba surgindo no meio da briga, ou começa depois de algo relacionado à ela. Com isso, ela pode também começar a achar que é uma criança má e que não faz os outros felizes. Já existem, inclusive, casos de crianças bem novas que se machucam, numa tentativa de aliviar sua dor emocional, transferindo tal dor para o corpo, ou mesmo com ideações suicidas, entendendo que se ela morrer os pais serão mais felizes.
Ainda existem as crianças que começam a entender que são responsáveis por apaziguar a briga dos pais, o que demandará um investimento mental gigante de energia, deixando de investir essa energia em si mesma como suas brincadeiras, estudos, descobertas, criatividade…, ficando em alerta, toda vez que os pais estão em casa. Ao menor sinal de tensão no ar, voz um pouco mais alterada, já acionará o seu sistema de apaziguamento, querendo chamar a atenção dos pais. O que também poderá piorar ainda mais a situação, de acabar sobrando para ela a briga, pelo simples fato dos pais não perceberem o que está acontecendo. E isso, muito provavelmente, prejudicará a sua saúde como um todo.
A criança é uma esponja e está atenta a tudo que acontece ao seu redor. Antes mesmo dela começar a falar, ela aprendeu a ler os pais de todas as formas, portanto, sabe e sente também, quando as coisas não vão bem. Quantas vezes, vocês, enquanto pais, se pegaram falando: “Caramba, ele(a) é muito esperto, só tem dois anos é já sabe fazer isso, ou aquilo.” Não é assim? E me diga foram vocês que ensinaram? Não! Errada a resposta. Sim, vocês ensinaram, geralmente de forma indireta. Seus filhos aprenderam por observar vocês, na maneira de como vocês faziam e como lidavam com as coisas.
Por isso, é preciso refletir que onde há muita briga, existe um ambiente que acaba levando todo mundo ao adoecimento de alguma forma, se torna um ambiente de afetividade tóxica, ao invés de ser um ambiente acolhedor, de aconchego, segurança, confiança e proteção.
Muito importante refletir que todos os membros de uma família são importantes, ninguém é melhor que ninguém e nem um é mais do que outro, seja por qual motivo for, porque todos se respeitam. Quando todos compreendem isso, a dinâmica será sempre quando um ganha, todos ganham. Com isso não haverá disputa, nem competição, muito menos necessidade de autoafirmação querendo se impor, havendo uma horizontalidade na relação familiar e não verticalidade, porque todos são importantes, cada um do seu jeito e à sua maneira.
Quando os filhos veem os pais sendo carinhosos, amorosos, gentis e civilizados, estarão desenvolvendo bases fortes para sua própria vida e para estar no mundo, com segurança e confiança, aprendendo a verdadeira arte de se relacionar com firmeza sem autoritarismo e, gentileza sem passividade. Porque aprenderão também que a comunicação é a base de todos os relacionamentos.
Sylvia Pabst
Psicóloga de formação com especialização em Neuropsicologia,
Neuropedagogia e
Neuroeducação.
Professora na área de:
Neurociências,
Neuropedagogia e Psicologia.
Supervisora de recém formados e estagiários em Psicologia.
Mais de 25 anos trabalhando com desenvolvimento humano.
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A intenção de aprender com e no relacionamento