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RePROGRAMANDO

O REPROGRAMANDO tem o objetivo de debater os problemas gerados pela programação cerebral negativa na vida das pessoas, trazendo soluções e caminhos que podem ser seguidos por pessoas comprometidas com a metodologia através de técnicas de Reprogramação Cerebral ensinadas pela Psicóloga e apaixonada pelo estudo da Neurociência, Sylvia Pabst.

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Este Blog faz parte do website de Sylvia Pabst Neuropsicóloga

Vamos falar sobre Carência Afetiva?

17/07/2020

Você já deve ter ouvido falar algumas vezes pessoas falando que fulano é carente, não já? Quem já não passou por momentos de carência? Você sabe até que ponto sentir carência é normal? Sabe quais são as consequências de uma carência afetiva quando sai da curva da normalidade? Vamos falar sobre isso?

Todas as pessoas em algum nível, e em algum momento terão carência, mesmo as pessoas que aparentam ser frias. O ser humano precisa de contato e troca de carinho. Nossa espécie é a única que depende de contato físico para sobrevivência. Estudos da psicologia falam que se somente alimentarmos um bebê e não tivermos o contato físico com ele, pegar no colo, acolher, fazer carinho, conversar, ele entra em uma depressão profunda chamada marasmo e morre. Então, essa necessidade é inerente a todos nós. O grande problema é quando essa carência ultrapassa a curva da normalidade, surgindo com isso cobranças, medo gigante de rejeição, ciúme fora do normal, necessidade de controle total, daí a carência afetiva se transforma em dependência emocional afetiva, ou seja, uma necessidade de atenção constante. E, essa dependência pode levar qualquer relacionamento a um desgaste muito grande uma vez que a demanda pela atenção acaba impedindo que a relação flua normalmente e vai sufocando, com aumento, inclusive de brigas. Além de ser um perigo para os aproveitadores, uma vez que eles se aproveitam dessa vulnerabilidade da pessoa carente e vão manipulando-a emocionalmente, podendo gerar um relacionamento abusivo.

Será que a carência afetiva tem a ver com alguma coisa? Sim, tem. Geralmente, ela se desenvolve nos primeiros anos de vida, na forma como a criança interpretou e sentiu suas relações primárias com as pessoas que convivia, se houve ausência de atenção e carinho, ligados a sentimentos de rejeição ou, com a chegada de um irmão, quando a criança, ou escuta os famosos “perdeu o posto”, ou mesmo se sentiu rejeitada pela mãe por ter que dar atenção maior ao bebê que chegou, ou seja, dependendo de como essa chegada do irmão foi preparada. Então se a criança, interpretou que ficou faltando atenção e carinho, isto é, falta de afeto, ela ficará com um vazio gigante dentro dela, que, se não for trabalhado, será aquele adulto que terá muita dificuldade de estar bem em sua própria companhia e necessitará a presença de alguém que lhe dê atenção constantemente.

Quando a pessoa toma consciência dessa dependência afetiva e faz um trabalho de ressignificar essa interpretação que foi feita de forma equivocada, entendendo que não foi rejeitada ou, ainda, se foi, entender que não é culpa sua, passa desenvolver recursos emocionais para desenvolver suas forças, preenchendo-se delas, ganhando mais autonomia e independência emocional pois percebe que é capaz de estar bem em sua própria companhia, olhando o outro e os seus relacionamentos como complementos, somas e não mais a necessidade para tapar um vazio existente dentro de si.

Outro ponto que pode levar à dependência emocional afetiva é quando a criança passa a ser o centro das atenções onde todo o carinho e amor é voltado somente para ela, onde não divide atenção, nem lhe é permitida a frustração, levando-a a acreditar que o mundo é todo para ela e que só é feliz se tiver a atenção, o amor e carinho só para ela e, quando isso não acontece mais, porque a criança cresce, ou chega um irmão, por exemplo, ela deixa de ser o centro das atenções e passa então a exigir do outro atenção constante para continuar sendo preenchida naquilo que necessita, ou seja, não se basta por si só e sim, depende do outro, da atenção e do afeto do outro para se sentir preenchida e completa.

Existem formas de identificar essa carência afetiva? Sim.

Vamos a elas:

  • Acreditar que há ausência de amor ou mesmo sente necessidade de atenção constantemente.
  • Medo de desagradar as pessoas.
  • Ciúme fora do normal.
  • Viver em função do que o outro sonha ao invés de sonhar os seus próprios sonhos.
  • Submissão excessiva às pessoas com medo de ficar sozinha.
  • Acreditar que só será feliz estando com alguém e que não conseguirá ser feliz sozinha.
  • Não fazer planos ou não ter perspectivas para a própria vida, a não ser que alguém esteja junto.
  • Necessidade de autoafirmação pela própria insegurança que sente em relação a si e precisa estar chamando atenção dos outros de alguma forma.
  • Sentimento de inferioridade por está sempre acreditando que os outros são mais felizes.
  • Medo enorme da solidão.

E de que forma a pessoa pode ressignificar todas essas interpretações erradas? Primeiramente, tomando consciência de que é uma pessoa dependente de afetos, então olhar para os seus pontos fortes, pois serão eles que a ajudarão no enfrentamento para começar a agir de forma diferente.

Tente fazer uma autoavaliação e busque em sua memória lembranças de sua infância em que se sentiu sozinha, rejeitada, abandonada, carente, então acolha essa criança, dê colo a ela e diga que está tudo bem, que ela é capaz de seguir por ela porque existe uma força gigante dentro dela. Peça para olhar para essa força dentro dela e pergunte como se sente e de que forma pode usar essa força a favor dela, para se acolher, se preencher e seguir sozinha, alcançando a autonomia e independência. Converse com ela que todas as pessoas tem limitações e pergunte quais são as limitações que ela percebe em si e então mostre suas qualidades e peça para que reconheça e valorize essas qualidades ao invés de se diminuir pelas limitações. Converse e mostre o quanto é importante que ela se preencha com o seu próprio amor, que é capaz de estar sozinha e que isso está tudo bem e que não tem que estar com as pessoas de qualquer maneira para ter a atenção delas. Peça para que perceba que há várias formas de amar e estar com as pessoas, e que cada uma vai ser legal e gostar dela do jeito delas e, quanto mais e melhor ela entender isso, da mesma forma como ela também irá gostar das pessoas de formas diferentes, menos necessidade de se submeter e implorar pela atenção dos outros terá. E, ensine-a a aprender a se elogiar, perceber que tem qualidades, aprender a reconhecer e se parabenizar pelas suas vitórias, a se agradar, a se amar, a se respeitar e a se valorizar. Converse com ela quais são as coisas que gosta de fazer quando está sozinha e se permitir fazer mais coisas e curtir esses momentos. Assim aumentará sua autoconfiança, segurança em si e sua autoestima, ganhando força emocional para estar bem consigo mesma, sendo sua melhor amiga.

Aprenda a respeitar cada momento e limite seu e procure não buscar nenhum relacionamento em momento de sentimento de tristeza e quando se sentir sozinho, senão você acabará reforçando o padrão errado aprendido. Ao invés de buscar alguém, busque a você, olhe para você e cuide de você e entenda o que realmente está acontecendo e qual a necessidade existente por trás dessa tristeza e da solidão. Assim, você não correrá o risco de cair em um relacionamento onde se machucará pelo risco de se submeter ao outro em função da carência, nem mesmo se envolver ou entrar em um relacionamento abusivo.

E, caso você não consiga, sozinho, achar um caminho, não exite em buscar ajuda profissional. A psicoterapia pode te ajudar a ressignificar tudo isso e você poderá vir a ter uma vida plena e com saúde mental.


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Sylvia Pabst

Psicóloga de formação com especialização em Neuropsicologia,
Neuropedagogia e
Neuroeducação.
Professora na área de:
Neurociências,
Neuropedagogia e Psicologia.
Supervisora de recém formados e estagiários em Psicologia.
Mais de 25 anos trabalhando com desenvolvimento humano.

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