O REPROGRAMANDO tem o objetivo de debater os problemas gerados pela programação cerebral negativa na vida das pessoas, trazendo soluções e caminhos que podem ser seguidos por pessoas comprometidas com a metodologia através de técnicas de Reprogramação Cerebral ensinadas pela Psicóloga e apaixonada pelo estudo da Neurociência, Sylvia Pabst.
22/04/2020
A partir dos dois anos de idade a criança já se percebe como um ser independente da mãe e começa a querer, do seu jeito, fazer suas coisas, buscando inconscientemente sua autonomia – é a natureza sábia falando por si. Porém, logicamente, a criança ainda não tem noção do que é certo e errado, bom ou ruim por isso precisa da orientação dos pais para aprender.
Essa é uma fase também conhecida como a adolescência do bebê, eles esperneiam e fazem birra mesmo, para conseguir prevalecer o querer deles. Então, é preciso entender qual é a necessidade da criança por trás das birras e da não obediência. Está se sentindo sufocada porque quer ir para o chão, andar, correr, gastar energia e está sendo limitada disso? Está com algum desconforto que não está sendo percebido pelos pais? Está sentindo falta de atenção e carinho? Está sempre sendo feita a sua vontade porque os pais não aguentam choro? Ou é porque ganhou o não e não gostou? Para cada situação existe uma necessidade por trás, entende? Vamos deixar a criança desobedecer e ficar fazendo birra? Não. E como resolver sem tirar todos do sério e piorar mais ainda a desobediência e a birra da criança?
Primeiramente você, enquanto pai e mãe, precisam ter o controle sobre si mesmos. De nada adianta querer resolver uma situação se estiverem descompensados. A criança não vai entender nada e provavelmente aumentará mais ainda a desobediência e a birra. Podemos ser firmes com gentileza. Quantas vezes você cedeu a uma birra ou para não se estressar, ou fez vista grossa para a desobediência, também para não se aborrecer? Você sabia que 90% da aprendizagem da criança é pelo que ela vê e 10% pelo que escuta? Ou seja, aprende por causa e efeito.
É preciso entender que, infelizmente, o nosso cérebro é “burro” no sentido que não sabe discernir o que é certo e errado, bom ou ruim. Ele vai levar ao pé da letra aquilo que é oferecido a ele. Então se em algum momento a criança começou a chorar porque queria alguma coisa e acabou ganhando o que queria, ali, ela teve uma recompensa e “entendeu” que chorando consegue o que quer. O que você acha que ela vai fazer da próxima vez que quiser algo? Bingo: chorar até conseguir. O tempo para a criança é indiferente, ela não tem noção dele, então se vai chorar 1 minuto ou 1 hora, para ela não importa, o que ela aprendeu é que se chorar consegue. Então, exige muito mais um exercício de paciência dos pais e se manterem firmes no não do que não aguentarem e ceder. Quanto mais cedem, mais reforçam o comportamento.
Então o que você vai falar para a criança? Até 3 anos não adianta você explicar que ela não vai entender, então você vai tirar o foco dela daquilo que ela está querendo, oferecendo outra alternativa que caiba naquele momento. Então, por exemplo ela não está querendo ir tomar banho porque a brincadeira está divertida, que tal oferecer a ela dar banho na boneca, ou no bichinho? Se não quer comer, será que está com fome? Ou aprendeu que ganha uma biscoito ou um iogurte como troca da refeição porque você achou que não pode ficar sem comer?
Após 3 anos, você pode dizer o porquê ela não pode fazer determinada coisa explicando consequência, não é ficar horas explicando, é ser claro e objetivo. Então, por exemplo vocês vão ao shopping e você não quer comprar brinquedo novo, então, primeiramente, nem entre numa loja de brinquedo, só nisso você já se poupa de estresse. Se a criança pergunta se pode comprar um brinquedo, você diz para ela que hoje não pode porque você está sem dinheiro (mesmo que tenha o dinheiro, a criança precisa aprender que não tem que comprar sempre algum brinquedo quando vai ao shopping), porém quando vocês chegarem em casa de volta ela pode escolher um jogo ou uma brincadeira que você irá brincar com ela. Se começa a fazer birra porque diz que quer, lembra que foi um comportamento aprendido por já ter acontecido antes, então você abaixa na altura dela e diz que você não tem como comprar o brinquedo porque está sem o dinheiro e que se ela continuar chorando vocês vão embora, é isso que ela quer? Ir embora? (Daí é importante estar claro que o combinado deve ser cumprido, senão você perde sua moral com seu filho – se você não puder embora porque ainda precisa resolver alguma coisa, faz “ouvido de mercador”, não dá atenção ao choro por mais que todos olhem, aí é onde entra o grande exercício de paciência e persistência se você quer educar seu filho para a vida, porque a vida, não irá ceder aos quereres dele quando for mais velho).
Em último caso, se não quer se estressar e acha que não vai conseguir se manter firme, melhor ir sozinho e deixar o filho em casa com alguém. Uma coisa que funciona bastante também, é combinar com a criança qual o comportamento que você espera que ela tenha antes de saírem de casa (o combinado não é caro) e diz que caso faça birra e não cumpra com o combinado, vocês vêm embora ou então, vai perder o direito de assistir o desenho favorito. Importante deixar claro, que não colocamos a criança de castigo, ela perde o direito por ter descumprido um combinado. Você não pode colocar uma criança de castigo se ela não sabe que o que está acontecendo, ou o que ela fez era errado. Lembra que a criança depende dos pais para educá-la, além do que, se ela te vê fazendo errado e você quer que ela faça o certo, o incoerente é você que cobra uma coisa e faz outra.
A criança só vai dar continuidade a certos comportamentos se você permitir e se forem reforçados. Lembrem-se que a autoridade em casa são vocês pais. E isso serve também para as desobediências. A criança vai testar e se você ceder, ela continuará fazendo. É importante entender também que se você não tem o hábito de elogiar seu filho pelas atitudes positivas e assertivas que tem e só vai brigar ou falar quando estiver fazendo alguma besteira e, se a criança está carente de atenção e carinho, ela aprende que desse jeito ela ganha atenção e carinho, então toda vez que ela quiser atenção, o que será que ela vai fazer? Besteira! Portanto, elogie mais. A qualidade de tempo do estar junto com seu filho é bem diferente de quantidade de tempo. Você pode passar o dia inteiro com seu filho, mas agiu no automático, não curtiu, não interagiu, não brincou, não deu carinho e atenção. Você não teve qualidade. Agora, você pode ter 1 hora só do seu dia disponível, porém nessa 1 hora você está inteiro, com a dedicação total para ele de forma saudável. Você criou laço e confiança.
Filho não vem com manual de instruções, porém, se você aprende a conhecer o seu filho, respeita os seus próprios limites e se permite olhar a situação de fora do contexto para descobrir qual é a necessidade dele por trás do comportamento que está tendo, você conseguirá ser assertivo nas suas colocações, além de criar vínculos maravilhosos com seu pequeno.
A criança precisa de limites. Dar limites faz parte da educação. Dizer sim é muito fácil, porém te trás um monte de dor de cabeça. A mensagem subentendida que seu filho te dá é “não deixa eu fazer tudo que quero, apesar de fazer tudo o que quero”. Portanto, crie vínculos para poder construir raízes.
Sylvia Pabst
Psicóloga de formação com especialização em Neuropsicologia,
Neuropedagogia e
Neuroeducação.
Professora na área de:
Neurociências,
Neuropedagogia e Psicologia.
Supervisora de recém formados e estagiários em Psicologia.
Mais de 25 anos trabalhando com desenvolvimento humano.
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