O REPROGRAMANDO tem o objetivo de debater os problemas gerados pela programação cerebral negativa na vida das pessoas, trazendo soluções e caminhos que podem ser seguidos por pessoas comprometidas com a metodologia através de técnicas de Reprogramação Cerebral ensinadas pela Psicóloga e apaixonada pelo estudo da Neurociência, Sylvia Pabst.
01/05/2020
Muitas pessoas falam em gratidão, mas você sabe o que realmente é a gratidão? Você já sentiu a força e o poder, que praticar a gratidão, exercem em nossa vida? Sabe o que acontece em nosso cérebro quando praticamos a gratidão? Vamos falar sobre isso?
A palavra gratidão tem origem no termo do latim gratus, que pode ser traduzido como agradecido ou grato. Também deriva de gratia, que significa graça. No dicionário, a palavra gratidão significa qualidade de quem é grato, uma forma de reconhecimento, sentimento de lembrança e agradecimento por um bem recebido. É o ato de reconhecer que uma pessoa fez uma boa ação sem esperar nada em troca.
Segundo Cícero, filósofo grego “Gratidão não é apenas a mais rica das virtudes, mas sim a mãe de todas as outras”. E, o psicólogo americano Abraham Maslow percebeu, em suas pesquisas, que a habilidade de sentir e expressar a gratidão são aspectos vitais para a saúde emocional. Além do que, esse sentimento colabora para que as pessoas reconheçam o que possuem de bom ao seu redor, isto é, mostrando o quão prazeroso é valorizar mais o que se tem, e isso, faz com que a própria ansiedade diminua, pois seu foco está no agradecimento pelo que tem e não na ânsia pelo que não tem.
Como é um sentimento genuíno, puro e nobre, pessoas que são gratas, são também, pessoas mais felizes, uma vez que sabem valorizar todas as coisas, inclusive as negativas que acontecem em suas vidas, porque vão estar sempre olhando como uma forma de aprendizado. Ser grato, portanto, é ter a capacidade de agradecer e reconhecer os gestos de bondade, atitudes de carinho, ajuda das pessoas, a gentileza, isto é, tudo de bom que a vida disponibiliza diariamente.
A maioria das pessoas tem uma tendência gigante em focar nas coisas negativas. Não por culpa delas. A nossa educação é feita de forma errada. Fomos educados e educamos, sem perceber, de forma negativa, predominando sempre o negativo e esquecendo de valorizar o positivo. Já parou para prestar atenção quantos nãos você fala para uma criança? “Não faz isso”, “Não mexe aí”, ou, “se correr vai cair”. Tudo enfatizando o negativo. Se o nosso cérebro é o nosso hardware e funciona a partir das informações colocadas e, se as informações colocadas são negativas, qual o resultado que você vai ter? O negativo. E sabe porquê? Geralmente esquecemos de focar o positivo, parabenizar, agradecer, reconhecer a intenção positiva em uma atitude. Sem colocar informações positivas no nosso hardware, ou quando se coloca, não chega nem ao equilíbrio dessa balança, de novo, teremos mais coisas negativas do que positivas. Estudos da neurociência nos fala que para cada fato negativo, precisamos de pelo menos 8 fatos positivos para anular um fato negativo e isso dependendo da intensidade emocional e da atenção que foi dada àquele fato negativo. Só para vocês terem ideia da força do negativo em nossa vida.
E o que sentimos quando focamos nas coisas negativas? Tristeza, raiva, ansiedade, medo, angústia, insegurança… um monte de sentimentos negativos que vão nos levar a que tipo de comportamento? Luta, briga, agressividade ou fuga, prostração, desmotivação, desânimo…
E o que sentimos quando focamos em coisas positivas? Alegria, felicidade, vontade de fazer as coisas, criatividade, disposição…
Isso tudo porque o simples fato de pensarmos em algo bom ou ruim, dependendo do que pensamos, implicará em um desencadeamento de uma cascata de hormônios em nosso organismo que irá influenciar diretamente nos nossos sentimentos e por consequência em nossos comportamentos.
Com isso, já dá para ir percebendo o quanto é importante para a nossa vida, como um todo, aprender a olhar, valorizar e ser grato às coisas positivas em nossa vida, não dá? Isso não quer dizer que temos que nos desligar das coisas negativas, negar ou fingir que não existem. Impossível. Porém a forma como olhamos para as coisas negativas podem ser vistas como uma forma de aprendizado, de amadurecimento e sim, de gratidão porque serão as oportunidades de evoluirmos enquanto seres humanos e também, espiritualmente. Senão seremos eternamente mais do mesmo o tempo todo, ficamos estagnados e não evoluímos. E o nosso objetivo na vida não é a estagnação. Logicamente, se essa for a sua escolha, você poderá optar por ela, porém prepare-se para as consequências disso. Nosso objetivo é aprender, crescer, ensinar e ajudar. Quando conseguimos conciliar essas coisas em nosso dia a dia sem se preocupar com o retorno dos outros, porque fazemos porque é o nosso coração que pede para agir dessa forma, a felicidade que sentimos, a gratidão que sentimos dentro da gente é tão gigante que só queremos continuar fazendo isso cada vez mais.
É fácil conseguir alcançar essa plenitude? Não, requer muito treino mental e emocional. Requer desprendimento do orgulho, da vaidade, dos holofotes e dos aplausos. É saber entender as coisas que acontecem e não se revoltar. É buscar melhorar a cada dia, procurando dar o melhor de si, entendendo também que somos seres em evolução, portanto nem todos os dias estaremos na nossa melhor wibe, porém procuraremos ainda sim, não agir de forma intencional para machucar, agredir e desrespeitar o outro.
Com isso eu te pergunto, quão grato você é à sua vida, às pessoas, ao mundo? Quantas vezes no dia você agradece por tudo que você tem, pela família, amigos, trabalho, saúde…? Pela sua vida? O simples fato de termos a oportunidade de acordar, abrir os olhos, respirar são coisas que precisamos estar muito gratos!
Se aprendemos a fazer da gratidão a nossa filosofia de vida, perceberemos como tudo começa a ficar mais leve. Melhora o humor, a saúde, você fica mais disposto porque você está fazendo com que o seu organismo libere substâncias positivas.
E isso pode ser mudado? Sim, com certeza. O primeiro passo é você querer, depois é estar disposto a se empenhar, persistir para chegar lá. Começando aos poucos até virar um hábito. E isso você começa por mudar a sua forma de ver o mundo, tratar as pessoas, a forma como age, pensa e sente, buscando o lado positivo das coisas e não focar no negativo. Isso fará com que as coisas negativas não aconteçam? Não! Porém a forma como você vai olhar para as coisas negativas será diferente. Você olhará pensando e buscando uma solução para aquilo e não ficar no “oh céus, oh vida”, ou mesmo culpabilizando algo ou alguém. Somos 100% responsáveis pelas escolhas que fazemos, porque até o não escolher é uma escolha. Então, nossa felicidade depende em grande parte da gente.
Já parou para refletir, por mais que seja doloroso e difícil passar por algumas situações em nossa vida não é nada fácil? Muito, não é!? Também já parou para refletir como você evolui, cresce e se transforma após passar por essas fases da vida? Nem sempre, não é!? Pois é! Penso que seria bom começar a refletir porque você vai começar a ser grato por estar passando por um momento difícil quando entender que é para o seu bem. Quando nos mantemos muito na zona de conforto, vem a vida e nos sacode, nos puxa o tapete. Ou quando não queremos crescer e ficamos na acomodação ou por medo, preguiça, orgulho, não queremos olhar para algo que não está nos fazendo bem porque vai dar trabalho olhar, mexer e mudar. A vida não perdoa se não nos tornarmos nossos melhores amigos. E, mais uma vez a escolha será nossa: aprender pelo amor ou pela dor! Pode ter certeza que aprender pelo amor é muito mais gratificante, nos fortalecemos. Quanto mais rápido você voltar a sorrir, mais rápido você também sairá daquela fase que está te fazendo mal.
Quando focamos no crescer, focamos em encontrar a força dentro da gente, os recursos que temos e, muitas das vezes não acreditamos, que podemos nos superar cada vez mais diante as adversidades e aos desafios da vida. Como na escola, as lições não aprendidas, serão repetidas para que possamos aprender, com um único agravante, na escola da vida, a lição não aprendida será apresentada a você de forma mais pesada para que você decida realmente aprender a lição o quanto antes e, para que você aprenda também a agradecer tudo na sua vida antes que ela te ensine a amar o que você não tem mais.
E o que a neurociência nos fala sobre a gratidão? Estudos de ressonância magnética funcional nos fala que só em sermos gratos aumentamos em 35% a nossa felicidade. Cientistas estudaram o cérebro do monge budista Matthieu Ricard para entender por que ele é tão feliz enquanto ele falava sobre isso e uma das coisas que fez o cérebro dele se iluminar foi quando falou que a gratidão estava entre as práticas diárias dele.
Quando reconhecemos as coisas boas que nos acontecem, sentimentos de gratidão, ativamos uma área no cérebro chamada núcleo accumbens responsável pelo nosso sistema de recompensa. Essa ativação libera uma substância (dopamina) responsável pela alegria, pelo prazer, pela motivação, pela sensação de leveza e bem estar. Por isso que quanto mais manifestamos gratidão, mais teremos emoções positivas como vitalidade, alegria, satisfação, otimismo, capacidade para ressignificar e boa autoestima. E, também é liberada outra substância (ocitocina) conhecida como o hormônio do amor, responsável pelo afeto, pela compaixão, melhora do estado de humor e interações sociais e por controlar nossos estados mentais nocivos, diminuindo a ansiedade, medo e o pânico.
De acordo com o Centro de Pesquisa de Mindfulness Awareness da UCLA (Universidade da Califórnia), expressar a gratidão regularmente, é capaz de modificar o nosso cérebro, provocando uma mudança na estrutura molecular dele, mantendo a massa cinzenta, área do cérebro responsável pelos núcleos de nossos neurônios, ou seja onde ficam armazenadas todas as informações de cada célula neuronal, trabalhando em perfeita ordem, e nos fazendo mais saudáveis e felizes.
A gratidão vai além do muito obrigado, por isso ser importante que se reconheça o valor das coisas, das pessoas, dos fatos e da vida. Que se reconheça as coisas boas que nos acontecem e procurar o lado positivo e do aprendizado nisso tudo. E, quando ela está relacionada à gentileza nos tornamos mais humanos, ou seja, não basta só sentir, é preciso exercer a gratidão também e por isso é um sentimento transformador porque transforma não só a nós como as pessoas do nosso convívio.
E, de que forma podemos exercitar e desenvolver a gratidão?
· Preste atenção nas coisas que pensa, sente, faz e nas cosias que te acontecem, ou seja, saia do piloto automático e agradeça pelas coisas e as oportunidades que te acontecem no dia, procure novos motivos e novas formas de exercer a gratidão.
· A gratidão precisa ser exercitada diariamente. Da mesma forma que você faz uma atividade física para fortalecer seus músculos, a gratidão também precisa ser praticada. E de que forma? Sorrindo, ajudando, elogiando, agradecendo os elogios, reconhecendo seus esforços e dos outros e exercendo a paciência.
· Pense em algo positivo que tenha feito bem, ou acontecido, uma qualidade sua e agradeça e se dê parabéns. Aprenda também a ser seu melhor amigo, exercite isso diariamente.
Quero te levar a refletir, talvez até mais do que isso, a reflexão será consequência da sua ação. Compre um caderno e todos os dias antes de dormir, anote 5 coisas boas que aconteceram em sua vida e agradeça por elas. Depois reflita sobre isso, como se sentiu, como dormiu e como acordou. Faça isso diariamente, da mesma forma como você escova seus dentes todos os dias. Anote isso no seu caderno. Ao final de cada semana, releia o que você escreveu e reflita como sua semana evoluiu e seja grato também a isso. Siga fazendo incansavelmente.
O grande segredo da vida é entender que antes de ver as borboletas é preciso ver as lagartas e depois, não ir correndo atrás das borboletas e sim cultivar seu jardim bem cultivado para que elas desejem vir até você!
Sylvia Pabst
Psicóloga de formação com especialização em Neuropsicologia,
Neuropedagogia e
Neuroeducação.
Professora na área de:
Neurociências,
Neuropedagogia e Psicologia.
Supervisora de recém formados e estagiários em Psicologia.
Mais de 25 anos trabalhando com desenvolvimento humano.
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