Quando você planeja um filho você tem tempo para estar se preparando para a chegada dessa criança de várias formas. Em relação à saúde, em relação aos cuidados necessários com o desenvolvimento saudável dessa gestação, na organização financeira e também em se preparar para esse ser que vem onde você precisará aprender a entendê-lo e interpretá-lo até que ele aprenda a falar e ficar mais fácil essa comunicação entre vocês. Também existem todas as situações de como será lidar com esse novo e educar essa criança no mundo em que vivemos.

É muito positivo quando se consegue fazer esse planejamento, o que, infelizmente, vem se tornando uma raridade, porque na maior parte das vezes escutamos “aconteceu”, “não estava planejado, já que veio…”. Quando você é pego de surpresa, muitas das vezes você não toma os cuidados importantes para isso, principalmente em relação ao consumo de álcool, cigarro e outras ingestões ou atitudes nocivas para um bom desenvolvimento desse feto em formação. Às vezes a falta ou a carência de certas vitaminas no organismo serão desencadeadoras de certos transtornos do neurodesenvolvimento. Hoje já se sabe, por exemplo, que uma das coisas que favorece o nascimento de uma criança com Síndrome de Down é a carência de ácido fólico na mãe. Portanto, nada melhor do que um planejamento.

Então vamos ao que interessa.

Quais são os passos importantes que devem ser dados a partir da decisão de fazer a família crescer?

• O casal deve consultar um médico, geralmente o próprio ginecologista da mulher e o urologista, no caso do homem, farão a solicitação de exames importantes para saber se a saúde de ambos está ok ou se existe alguma carência de vitaminas ou hormônios que precisam ser equilibrados.
• Se o casal ou um deles fuma ou bebe, é importante que avalie a possibilidade de parar. Sabemos que, às vezes quando existe um vício instalado fica bem mais difícil. Ou acham que não tem nada a ver? Sim tem tudo a ver, inclusive na qualidade do esperma, no caso do homem. Existem estudos que já falam sobre isso.
• Conversem sobre como querem educar, qual o nome gostariam de dar para o filho ou filha.
• Leiam livros sobre o assunto gravidez saudável e educação assertiva.
• Conversem com amigos que já tenham filhos e perguntem sobre os prós e contras de ter filho e depois conversem entre vocês de que forma vocês veem os contras e como lidarão com eles.
• Revejam alguns projetos de vida e viagens, lembrando que agora terão que pensar a três ou quatro se vierem gêmeos. Sim, também existe essa possibilidade dos gêmeos e então a organização desse projeto precisa ser ainda mais planejada.
• O que vocês estarão dispostos de abrir mão em prol do filho? Quando decidimos ter um filho precisamos pensar que a responsabilidade é nossa enquanto pais e filho não é como brincar de boneca que quando cansou, coloca no armário ou em cima da cama e pronto. Nem é saudável para o bom desenvolvimento dessa criança que ela seja criada ficando com os outros. Uma coisa é por ter que trabalhar e você precisar deixar na creche ou com seus pais, outra coisa é porque cansou de brincar de ser pai e mãe e deixa a babá cuidar ou deixa na casa dos avós. Reflita sobre isso, porque a criança sente muito bem quando é afastada de vocês porque vocês precisam e quando é porque estão “cansados”, para não usar termos mais pesados.
• Pensem quem será o obstetra que acompanhará vocês durante a gestação e quem será o pediatra a quem vocês irão confiar os cuidados médicos.
• Avaliem sobre possibilidade da criança nascer com algum transtorno do neurodesenvolvimento. Quando bem planejado e tomando todos os cuidados é bem mais difícil que aconteça porém é uma possibilidade, uma vez que não sabemos o que pode acontecer durante os 9 meses de gestação.
• Reflitam de que forma e até onde permitirão as intervenções de familiares e amigos.
• E, o que esse filho significa para vocês? Qual o real objetivo para a chegada desse filho? Estranha essa pergunta? De forma alguma, porque muitas pessoas, às vezes planejam um filho achando que isso vai melhorar a relação do casal ou até mesmo salvar o casamento, ou ainda têm medo de ficarem sozinhas ou quando envelhecerem querer que o filho irá cuidar delas. Não coloquem essa responsabilidade na criança. Além de vocês impedirem as coisas acontecerem por livre escolha dela, que será muito influenciada a partir de todas as atitudes e educação que vocês derem, criam expectativas que podem ser imensamente frustradas caso não aconteça.
• Tudo ajustado, então é o momento de ir namorar.